Por Tudo na Hora l Plínio Lins
Em dois anos, o eleitorado de Alagoas encolheu cerca de 10%. Em 2010, o Tribunal Regional Eleitoral registrava um total de 2.034.326 eleitores. Em junho de 2012, depois da revisão biométrica, o tribunal chegou aos números atuais: estão aptos a votar nas eleições de outubro deste ano, nos 102 municípios de Alagoas, exatamente 1.864.521 eleitores.
A diferença em relação a 2010 é de quase 170 mil eleitores. É como se sumissem, em um sopro mágico, todo o eleitorado de Arapiraca, Palmeira dos Índios e Batalha. Somados, esses três municípios têm hoje pouco mais de 170 mil eleitores, segundo o TRE.
A redução foi em número surpreendente, se considerado o fato de que há um natural aumento da população em geral. Onde foram parar os eleitores?
O TRE não dá respostas; limita-se a computar e totalizar. Sem uma explicação oficial para o fenômeno, sobram especulações.
A queda de 10% pode ser atribuída, por exemplo, à ausência de eleitores que não conseguiram fazer o recadastramento biométrico por causa das filas.
Mas também pode ser consequência do maior rigor da Justiça Eleitoral.
Eleitores que possuíam mais de um título e votavam ali e acolá, agora não podem mais fazer isso por causa da biometria. Pode ser uma explicação, ou não.
O fato é que a redução do eleitorado terá consequências, como observa o cientista político Ranulfo Paranhos em entrevista à TV Pajuçara.
“Além dessa queda no eleitorado, temos de levar em conta que em Alagoas há um índice tradicional de 25% de abstenção, são os eleitores que não comparecem às urnas para votar”, diz Paranhos.
Com o encolhimento de 10% no eleitorado alagoano em geral, raciocina o cientista político, as consequências vão variar conforme o município, mas só na eleição para vereador.
“Nos municípios em que o eleitorado diminuiu e as vagas de vereador continuam no mesmo número, logicamente a disputa por cada vaga será mais acirrada. Já nos municípios que ganharam mais vagas nas câmaras municipais enquanto o número de eleitores caiu, a disputa vai ser mais amena”, diz ele.
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